Porque é que o GPL-Auto – Autogás – em Portugal é todo igual?

[rdd48856]

Para uma perspetiva histórica recomendo a leitura deste tópico no fórum antigo: forum-antigo/viewtopic16d4.html?f=7&t=729

Até 2021 a composição do GPL-Auto obedecia exclusivamente ao anexo II, do Decreto-Lei n.º 89/2008, de 30 de Maio ( https://diariodarepublica.pt/dr/detalhe ... 008-448966 ). Este Decreto-Lei apenas estabelecia um valor mínimo de octanas para o GPL-Auto. Acontece que esse valor mínimo poderia ser atingindo com uma grande variação da % de butano no GPL. Assim, embora por razões referidas no tópico antigo isso fosse pouco provável, era tecnicamente possível.

Acontece que a legislação portuguesa atual (artigo 8º do Decreto-Lei n.º 84/2022 de 9 de dezembro, https://diariodarepublica.pt/dr/detalhe ... -204502328 ), que transpõe a preocupação da União Europeia com a descarbonização dos combustíveis rodoviários, impõe limites de emissões de CO2, para tal deverá utilizar-se exclusivamente propano (porque, por ser um hidrocarboneto de cadeia mais curta do que o butano, emite menos CO2 por unidade de energia produzida), bem como a adição de 13% de biopropano (propano obtido por vias renováveis).

Ora em Portugal apenas a refinaria da Galp em Sines produz biopropano. ( viewtopic.php?t=63 ) Embora este componente possa ser importado ou comprado à Galp para depois ser misturado posteriormente com propano de origem fóssil, isso obriga à utilização de instalações com misturadores. Apenas a OZ, na Trafaria, e a Prio, no porto de Aveiro, para além da Galp em Sines, em Portugal, e da Repsol em Espanha, dispõem de instalações com esta possibilidade. Assim, de um ponto de vista logístico, não faz muito sentido que cada distribuidor tenha o seu próprio canal de produção de GPL-Auto. Mas mesmo admitindo que isso possa ocorrer a legislação é de tal forma restritiva que o combustível terá de ser muito semelhante em termos de densidade energética.