Fiat Punto 55 - Burrié

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Agosto de 2005

No anos 80, quando começaram a surgir os carros com injeção eletrónica, com a sigla i.e., dos quais se calhar o mais famoso era o Fiat Uno Turbo i.e., havia uma anedota que se contava. O que é um burro com injeção eletrónica? A que se respondia: “É um burrié”.

A 1ªvez que ponderei converter o meu Fiat Punto 55 para GPL foi em 1995 (tinha o carro 1 ano)….mudei de ideias quando percebi que com a conversão iria perder o controlo eletrónico da injeção, uma vez que o carro seria convertido com um misturador mecânico(uma espécie de carburador), e a sonda lambda seria “enganada” para não acusar avaria, quando o A/F deixasse de ser controlado pela centralina. Além disso os depósitos cilíndricos montados na altura eram muito pesados, porque tinham que suportar pressões máximas de cerca de 70 bar (não dispunham de válvula de segurança).

Infelizmente também agora não foi fácil encontrar um sistema eletrónico compatível com injeções de gasolina monoponto. Os sistemas de injeção em fluxo contínuo, como o BRC just heavy, não se mostravam fiáveis. Assim foi uma guerra, primeiro para encontrar um sistema de injeção sequencial de GPL que funcionasse em “full-group”, e depois, um instalador que aceitasse instalar e configurar um sistema desses para funcionar num carro com injeção monoponto (ou monoinjetor).

Consegui que o instalador Júlio Oliveira, de Leiria, em coordenação com o importador da Lovato, Rui Oliveira, da Maravilha do Cávado me instalasse um Lovato Fast.


Assim, aos 105000Km, o meu Fiat Punto 55SX ganha uma 2ªvida.

E é altura, finalmente, para dizer, Punto 55 Burrié…até os burros merecem injeção eletrónica!

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Setembro de 2006

Passado mais de um ano e 25000 Km (o sistema está quase pago) eis que surge o primeiro problema: o carro engasga-se a GPL. Contacto com o Rui Oliveira e ele disse-me o que o Sr. D’Ércole (@m5) também já me tinha dito: que as réguas de injetores Matrix, apesar de silenciosas e muito precisas(injetores piezoelétricos), tinha uma duração muito limitada (cerca de 20000Km, no meu caso), uma vez que haviam sido concebidos inicialmente para sistemas de ar comprimido, e por isso a Lovato tinha começado a substituí-las por réguas de injetores Lovato. Lá me dirigi à Gasmóvel em Boliqueime, para mudar a régua por uma Lovato.

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Dezembro de 2006 (135000 Km).

Para comemorar o retorno do investimento que fiz no kit de Gpl(1500€) mandei vir do Reino Unido uns cabos Magnecor próprios para GPL. Mudei também as velas para umas NGK Iridium, próprias para GPL, e apesar do meu carro não ser problemático, instalei um kit de FlashLube, para proteção de válvulas, manual.

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Julho de 2007(140000Km)

Avaria no sensor de pressão da régua de injetores Lovato. Nova ida à Gásmóvel e substituição do sensor.

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Fevereiro de 2008 (145000 Km).

Por alteração do trajeto casa-trabalho estou agora a fazer um pouco menos de 10000Km/ano.

O carro, quando estava a GPL, engasgava-se e acendia por vezes a luz de chech-engine. Pedi ao meu mecânico para mudar as bobines (que ainda eram as de origem). Quando fui comprar as bobines(Bosch), um mecânico que se encontrava na loja de peças, disse-me para retirar a tampa plástica que protegia as bobines, pois esta impedia o arrefecimento das mesmas e era isso que as fazia queimar. Feito e nunca mais queimaram.

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Novembro de 2009 (160000 Km)

Tendo o carro 15 anos, julguei que estava na altura de substituir a sonda lambda (já tinha sido substituída uma primeira vez, tinha o carro meses). O meu mecânico, apesar da minha insistência sobre a importância de uma boa sonda lambda nos veículos a GPL, montou uma sonda lambda universal. O carro funcionava, mas tinha engasganços a várias rotações. Quando tive oportunidade de levar o carro até LX fui à FF para me afinar o sistema. E qual não foi o nosso espanto quando a tensão medida na sonda lambda pela centralina do GPL era o dobro da normal. Diagnóstico do @FF. A afinação não vai resolver isto. E assim foi. Depois da afinação o carro ficou melhor mas não bom.

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16 de Julho de 2010 (180000Km)

Antes da conversão do meu carro o @m5 fez uma premonição pelo carro já ter 11 anos e mais de 100000Km: a junta da cabeça vai à vida.

Ora no dia 16 de Julho de 2010, sei a data exatamente porque era uma sexta-feira coincidente com o Festival do Meco, depois de sair de uma reunião em Lisboa, arranco para o Algarve pela 25 de Abril. Acontece que, sexta-feira, verão e Festival do Meco não combinam, assim apanhei uma fila interminável, com altas temperaturas e, depois de ter passado por vários carros encostados de capot aberto, o meu Burrié começa a aquecer. Ainda atravessei a ponte e encostei na Galp do Seixal. Telefono para o FF e ele mandou-me chamar o reboque. Burrié na FrontFuels, e lá vou eu para o Algarve de autocarro.
Diagnóstico: Tubo rebentado. Segundo o FF parecia quase cortado propositadamente, mas já lhe tinha acontecido (tenho uma teoria da cabala sobre isso mas não a vou escrever). Tubo novo, líquido de refrigeração.
O carro continuou a perder líquido, inicialmente pouco, depois cada vez mais.

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Fevereiro 2011(185000Km).

Aquisição de nova sonda lambda, NGK específica, e nova calibração na FrontFuels. O carro voltou ao normal.

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Março de 2011

Carro a perder muito líquido de refrigeração (a pingar). Oficina – rela substituída.

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Junho de 2011 (189000Km)

Carro outra vez a perder muito líquido de refrigeração. Oficina - diagnóstico – Junta da cabeça.
Nessa altura lembrei-me da premonição do @m5 e pensei … será que, apesar de se terem passado 6 anos e 85000Km, foi o GPL?...
Ora muito bem quando fui buscar o carro (junta, retificação, distribuição, relas, segmentos, embraiagem e mais uma quantas coisas, tudo quase 2000€), por acaso estava lá um Punto 75 de 95 (o meu Burrié é de 94) a fazer o quê? Adivinharam, junta da cabeça. Resumindo, não me parece de todo que o GPL tenha tido algo que ver. Tornei-me muito mais cuidadoso a substituir o líquido de refrigeração!